Na obra-prima do Padre Alves Vieira, Vieira do Minho – Notícia Histórica e Descritiva (1923-1925), na celebração do 1.º centenário da sua publicação.

Um projeto CAVA, com fotografias atuais de Miguel Proença. Apoios: Instituto Português do Desporto e Juventude, O Jornal de Vieira e Rádio Alto Ave.

Capítulo VIII (I Parte) – VIEIRA ARISTOCRÁTICA

A releitura deste capítulo é capaz de despertar a curiosidade do leitor vieirense atual, interessado em saber a origem, o desenvolvimento e o destino das Casas e Famílias ilustres ancestrais do povo que se fixou e desenvolveu nas terras de Vieira.

Ficamos a saber que os “pais fundadores” do povo vieirense foram a Família dos Vieiras, de que todas as outras são rebentos e ramos.

Ocorre-nos lançar um desafio às Instituições e Associações do nosso município, no sentido de promoverem e apoiarem a investigação e a elaboração de monografias, de dissertações e de teses, dedicadas ao estudo das famílias ilustres e nobres do concelho, evocadas e apresentadas neste capítulo da História centenária de Vieira.

Outro tema de investigação e temática com interesse seria o da identificação e caraterização das novas famílias que, no município, emergiram e se notabilizaram nos vários setores da economia e da cultura – agricultura, comércio, indústria e serviços.

Apresentam-se deste capítulo os seguintes extratos:

Capítulo VIII (I Parte) – VIEIRA ARISTOCRÁTICA

A releitura deste capítulo é capaz de despertar a curiosidade do leitor vieirense atual, interessado em saber a origem, o desenvolvimento e o destino das Casas e Famílias ilustres ancestrais do povo que se fixou e desenvolveu nas terras de Vieira.

Ficamos a saber que os “pais fundadores” do povo vieirense foram a Família dos Vieiras, de que todas as outras são rebentos e ramos.

Ocorre-nos lançar um desafio às Instituições e Associações do nosso município, no sentido de promoverem e apoiarem a investigação e a elaboração de monografias, de dissertações e de teses, dedicadas ao estudo das famílias ilustres e nobres do concelho, evocadas e apresentadas neste capítulo da História centenária de Vieira.

Outro tema de investigação e temática com interesse seria o da identificação e caraterização das novas famílias que, no município, emergiram e se notabilizaram nos vários setores da economia e da cultura – agricultura, comércio, indústria e serviços.

Apresentam-se deste capítulo os seguintes extratos:

“Não ficaria completa esta 1.ª parte do nosso livro, se nela não incluíssemos este capítulo.

Antiquíssima como é a terra de Vieira, necessariamente se haviam de encontrar aqui muitas dessas casas seculares que, à força de gerações e de atos heroicos, se notabilizaram e engrandeceram.

Não somos especialistas em assuntos de genealogia, nem de heráldicas, embora reconheçamos quanto estas duas ciências hoje são apreciadas, sobretudo no estrangeiro, e a conveniência que há em se praticarem, não por uma questão de vaidade – sempre ridícula – mas por servirem de importante auxiliar ao estudo da história nacional e regional, bem como para conhecer os antecedentes psicológicos de determinada família.

E é nessa ordem de ideias que vamos deixar exarado o pouco que sabemos sobre o assunto.

Na área de que se compõe o atual concelho de Vieira houve outrora muita nobreza. Por essas aldeias fora encontram-se muitas casas brasonadas, que pertenceram a grandes fidalgos. Mas, aqui sucedeu como por toda a parte: – muitas estão hoje em ruínas, e outras em poder de estranhos” (pp. 227-228).

Família Vieira – “A família Vieira procede de Espanha, e é uma das mais antigas e ilustres. Deduz a sua origem daquele prodigioso acontecimento na praia de Bouças, quando ali estava Caio Carpo, régulo da Maia, correndo canas festivais para se desposar com Cláudia Loba, filha de outro régulo de Gaia, descendente (segundo o Bispo D. Fernando), do Imperador César, e de sua segunda mulher, a imperatriz Amélia” (pp. 228-229).

Família dos Pintos Coelhos – “Em tempos de D. João I, o senhorio de Vieira passa aos Pintos Coelhos, família das mais ilustres do país. Foi por aliança matrimonial que o antiquíssimo senhorio da nossa querida terra se ligou aos antigos donatários de Felgueiras” (p. 236).

Casa da Pena (Mosteiro) – “É um dos mais lindos solares que encontram neste concelho.

A sua torre ameiada bem como o resto do edifício, situados num ponto elevado, encantam os olhos do visitante” (p. 237).

Casa da Lage (Vieira-Mosteiro) – “Se nos sobejara o espaço, quiséramos reproduzir tudo o que a esta nobre Casa diz respeito; mas não podemos resistir à tentação de reproduzir parte da preciosa memória genealógica que em 1917 fez em Braga um distinto linhagista, o sr. Dr. Gaspar da Costa Pereira de Vilhena Coutinho, e se conserva inédita no arquivo da Casa” (p. 238).

A Casa da Lage tem brasão de armas.

A respetiva Carta foi passada a pedido de António Joaquim Vieira Rebelo, por ordem do Príncipe Regente D. João e tem a data de 21 de abril de 1802” (p. 243).

A Casa da Lage possui mutos outros documentos que testificam de variadas mercês e privilégios outorgados por diversos Reis” (p. 244).

Casa de Lamas (Vieira-Mosteiro) – “É o solar da família Lemos de Magalhães, sendo hoje seu proprietário o sr. Dr. Álvaro de Lemos Magalhães, atual Administrador de Vieira.

Pertence à mesma nobre família a Casa de Dentro, de Ruivães.

A preciosa Memória, em poder da Casa da Lage, também traça a genealogia desta Casa” (p. 245).

Casa do RioFamília dos Rebelos (Mosteiro) – “O sr. Dr. Gaspar da Costa Pereira de Vilhena Coutinho, depois de historiar a rápida trajetória da família que ilustrou a Casa do Assento, de Cantelães, dá princípio a um parágrafo com o singelo título: Mais Rebelos” (p. 248).

Casa da Igreja ou dos Viscondes de Vieira (Cantelães) – “Sempre encostados à bem deduzida Memória até aqui citada e aproveitada, daremos a relação de mais uma família que deixou nome: – a dos Viscondes de Vieira” (p. 252).

Casa de Real (Cantelães) – “O último rebento deste ramo de Vieiras foi António Vieira que casou em Cantelães com D. Madalena Antunes desta Casa de Real” (p. 254).

Casa do Assento ou dos Motas Araújos (Cantelães) – “A Memória em questão, a pág. 17, deduz a genealogia desta ilustre Casa, hoje conhecida pelo designativo de Casa do Capitão” (p. 257).

Com o casamento de Francisco Xavier da Mota para a Casa de Real, deve a Casa do Assento ter passado a caseiros, e com o tempo a outros donos. Neste mundo, só há uma coisa que nunca acaba: a desgraça, o pecado” (p. 258).

Casa do Souto (Cantelães) – “Mais de uma vez se fez referência a esta Casa, que ainda hoje tem seus ares de antiga e apalaçada” (p. 259).

Casa da Vinha ou Berredo (Cantelães) – Na descrição da linhagem dos Vieiras fala-se numa certa D. Isabel de Mendanha Côrte-Real, de Berredo, que casou com Estêvão Rodrigues Vieira. O nome argui verdadeira nobreza, mas nem sempre neste mundo o nome diz com os títulos nobiliárquicos.

Resta inquirir de que Casa procedesse a nobre Senhora. Quer-nos parecer que em Berredo só houve uma casa de uma certa celebridade, a da Vinha” (p. 259).

Casas nobres em S. Paio de Eira Vedra – “Além da do Balteiro e da do Reguengo de Cima, de que já se falou, quando se tratou da Casa da Lage; além da Casa do Outeiro, de que já fala o foral de D. Manuel, e com certeza era casa de respeito; ainda havia em S. Paio mais duas Casas de nome. Assim no-lo testifica a bela Memória que vamos copiando e que fala da Casa do Ribeira de Baixo, da Casa da Meã e da Casa da Regada (ou Regadas, como diz o povo)” (p. 260).

Outras casas Fidalgas – “Ainda há outras Casas, de gloriosas tradições, dispersas pelo concelho. Como até esta data ainda não nos chegaram as respetivas informações, falaremos delas quando fizermos a descrição pormenorizada das várias freguesias, o que será na 2.ª parte” (p. 262).

Fotografias: Casa de Dentro / Casa do Capitão-Mor, Ruivães / Manuel Miranda, Ruivães.

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