Fátima Fernandes é a nova presidente da Câmara Municipal de Montalegre. A até então vereadora da educação tomou posse esta quinta-feira, na sequência da renúncia aos cargos por parte do antigo presidente e vice-presidente, detidos na passada semana no âmbito do processo ‘Alquimia’.

Fátima Fernandes tem 57 anos e é professora de profissão. Está no executivo municipal de Montalegre desde 2005, eleita pelas listas do PS, e detinha, até então o pelouro da educação. Torna-se agora a primeira mulher a deter o cargo de presidente de Montalegre.

Começo hoje como presidente da câmara, com muito orgulho“, afirmou Fátima Fernandes aos jornalistas, após reunião do novo executivo municipal.

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Quanto à investigação e detenção dos ex-presidente e ex-vice-presidente, a autarca apenas disse que Portugal é “um estado de direito democrático“, “portanto à justiça o que é da justiça, à gestão autárquica o que é da gestão autárquica. Aguardamos com serenidade todos os procedimentos que vêm na certeza de que, porém, que estamos aqui para servir“.

O novo executivo municipal tem como vice-presidente Ana Isabel Dias, até agora vereadora sem pelouros, enquanto Jorge Fidalgo e Manuel António Fernandes assumem o lugar de vereadores.

Na próxima semana, decorre uma reunião de câmara extraordinária na qual será anunciada a distribuição de competências e de pelouros.

No entanto, a oposição insiste na realização de eleições intercalares.

Lembrar que no dia 27 de outubro, os até então presidente e vice-presidente, Orlando Alves e David Teixeira, respetivamente, e ainda o chefe da divisão de Obras Públicas, foram detidos pela Polícia Judiciária, depois de buscas no edifício municipal, no âmbito da operação ‘Alquimia’. De acordo com a PJ, estavam indiciados pela prática dos crimes de “associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio“.

Entretanto, o David Teixeira foi libertado sob caução de 100 mil euros. O chefe de Divisão de Obras municipais deverá pagar 50 mil. Estes dois arguidos ficaram também com suspensão imediata de funções e proibidos de se contactarem entre si e com outros arguidos do processo. Quanto ao antigo presidente, Orlando Alves, foi-lhe aplicada a medida de coação mais gravosa, prisão preventiva. No entanto, o juiz deixou em aberto a possibilidade de sair para prisão domiciliária com pulseira eletrónica, desde que seja numa casa fora do concelho de Montalegre.