O advogado de defesa de um homem de 79 anos, natural de Cantelães, que, em março do 2021, terá desferido um tiro quando lutava contra o vizinho, em Vieira do Minho, pediu, esta quarta-feira, a aplicação de pena suspensa, tendo em conta todos os factos que entretanto se verificaram durante a contenda e a ausência de quaisquer antecedentes criminais do arguido, que estaria a defender a esposa.

A notícia é avançada pelo site O MINHO, explicando que o procurador do Ministério Público, afirmou que “não repugnava” a eventual suspensão da pena a aplicar, não tendo solicitado uma prisão efetiva para o arguido, que irá, em breve, completar 80 anos de idade e tem cumprido sempre todas as medidas de coação.

Os factos remontam à tarde de 3 de março de 2021, na freguesia de Cantelães, quando, na sequência de um desentendimento, relacionado com a posse de terrenos confinantes, os dois indivíduos – um de 57 e outro com 79 anos – envolveram-se numa discussão, com “insultos e agressões“, tendo a dada altura o arguido mais velho, sacado da “arma de defesa”.

O suspeito de 79 anos terá afirmado não ter tido a intenção de matar o vizinho, e que utilizou a arma de fogo para se defender, por ser muito mais velho que o vizinho e ter problemas de mobilidade, explicando que o outro envolvido terá insultado a sua esposa, acusação pela qual o homem de 57 anos estará também a ser julgado.

Ainda de acordo com o advogado do arguido de 79 anos, ainda hoje existem dúvidas sobre quem teria, efetivamente, disparado a arma, uma vez que a vítima do tiro terá agarrado a pistola. A alegada vítima de 57 anos terá tomado banho e mudado de roupa depois do incidente, pelo que não foi possível a Polícia Judiciária de Braga confirmar se também este tinha vestígios de pólvora na mão.